(esta é de um tal Joe Hill)
Basicamente é uma imagem distorcida pintada no chão, que, quando observada de de um determinado ponto de vista cria uma ilusão de tridimensionalidade. Claro está que os temas escolhidos andam quase sempre à volta de "buracos" para outras realidades, quer sejam pacíficas cataratas ou as cavernas do inferno. A técnica e o resultado têm a sua piada, mas a estética nunca me agradou. Até me cruzar com o senhor Felice Varini.
O princípio deste senhor é um bocado diferente : em vez de procurar três dimensões ele procura duas a partir de espaços não uniformes. E se o resultado observado do ponto de vista correcto não anda muito longe de um qualquer cartaz de design contemporâneo - signifique isso o que significar -, o que mais me fascina é a complexidade da composição e do processo para atingir esse resultado aparentemente simples. Enquanto as pinturas de rua se deixam perceber, embora distorcidas, e a piada da coisa está na ilusão da profundidade, o interesse destas composições prende-se mais com o "quebra cabeças" - linhas aparentemente aleatórias no espaço, que, quando vistas de um determinado ponto de vista fazem todo o sentido. (Caraças, até me sinto tentada a terminar com um lugar comum qualquer como "...tipo a vida").