7.12.11

awesome site is awesome.



Abrir este site só no caso de não ter nada pra fazer nas próximas seis horas.

OMG



Gosto de botas duras. Daquelas pra matar baratas.

os críticos são todos homens baixinhos, feios, gordos de óculos que se vingam dos padrões de beleza da sociedade encharcando-nos do alto do seu pedestral intelectual com a sua verborreia.



Noutro dia lia a crítica ao "Melancholia" do Trier no Ipsilon online feita pelo Vasco Câmara (reparei há 5 min. numa nova, feita pelo Jorge Mourinha). Não acrescentam muito, Lars von Trier é amor ou ódio - mesmo no meio crítico cinematográfico, mesmo no meio de snobs cinematográficos que dão cinco estrelas a tudo o que seja independente/degesto e zero ou uma - e já vão com muita sorte - a tudo que tenha uma pitada de mainstream que seja. Mas o que me chamou a atenção foi um comentário feito por um leitor, Vítor Barreira, que refere - e muito bem - a leviandade com que os críticos misturam o homem e a obra. Mas é só quando lhes convém, claro - veja-se o caso do Polanski..., mas esse coitado, dá-se um desconto, já foi há tanto tempo e ainda por cima os outros fanáticos mataram-lhe a mulher e o bebé...
Na corja de intelectuais obtusa e conservadora que é o meio cinematográfico claro que o discurso de Cannes caiu mal e foi alvo de mal-entendidos. Eu tou-me a cagar pró facto de o gajo ter descoberto que tinha um avô alemão ou dizer que se conseguia identificar com Hitler ou as razões que ele teve para dizer isso. Eu gosto dos filmes dele. Considero-os muito bem feitos em mais do que um sentido. Aliás, era este outro tipo de análise que Vítor Barreira, no seu comentário assertivo, pedia : 

«Seria interessante, isso sim, sem qualquer desqualificação, pressupondo no senhor VC um elevado estatuto crítico e cultural, saber o que ele pensa, em concreto, sobre os seguintes elementos de análise do filme “Melancholia”: a) a sua forma/estrutura narrativa, b) a construção das personagens do filme, c) a mise en scène – contributo dos cenários, da representação dos actores, os costumes, props e makeup dos actores, a iluminação, a composição dos planos, enquadramentos e cores – d) a cinematografia, nos seus aspectos fundamentais: movimentos das câmaras, ângulos e distâncias, lentes e filtros utilizados, efeitos visuais, e) a edição, ou seja, a montagem do filme, f) o som, quer o som diegético quer o som extra-diegético, diálogos, efeitos de sonoros, g) a música, de que forma contribui para a construção do sentido do filme, e depois, h) a análise do sentido histórico-filosófico e sociológico-cultural do filme. Estes, sim, são elementos que importaria trazer à análise do filme “Melancholia”, se se pretendesse levar a cabo uma análise séria e digna do referido filme (...)»


e lembrei-me disto porque me chegou pelo correio isto : 


Já tinha lido dois ou três textos, achei piada e resolvi comprar. Há uma coisa que me acontece frequentemente que é calcular o valor do "todo" - neste caso o conjunto da obra de alguém - pela "parte" - algumas coisas que esse alguém produziu e que me agradaram. Como por exemplo, se me perguntarem se gosto de Joanna Newsom respondo afirmativamente sem hesitar, quando, na verdade, gosto apenas do álbum "Ys". Hoje reparei que acontece uma coisa parecida com o Miguel Esteves Cardoso. Na verdade, só gosto mesmo mesmo do "Causa das Coisas". O resto que li dele não me emocionou, das crónicas diárias há uma que se safa quando o rei faz anos. Agora, aquilo que se aplica aos críticos de cinema descrito acima aplica-se também à crónicas de música do MEC. Basicamente as crónicas são uma salgalhada de nomes de bandas e álbuns à mistura com uns adjectivos sonantes que acabam por construir texto bem escritos mas sem sumo nenhum. Quero lá saber eu que os Joy Division - a única banda digna de respeito - produzam música entesante e entumecedora que o eleva eloquentemente num estremecimento enternecedor? Ah! Mas aquilo não é crítica, é EScrítica...pois sim, é assim que eles se safam.


OU

isto tudo é pura e simplesmente rebarbamento por o gajo deitar abaixo o "Dare" dos Human League e dar uma estrela ao "Fire of Love" dos Gun Club, duas estrelas à "More Than This" dos Roxy Music, achar que a únicas bandas que valem a pena são os Joy Divison e os New Order, gostar de reggae, UB40(!!) e outras facadinhas que tais, que me permitem afirmar, sem nenhuma sombra de dúvida, que este gajo não percebe nada de música. Se percebesse não tinha escrito que os Oranje Juice eram a "next best thing".

26.11.11

Das vezes em volto a acreditar na humanidade.

(a descoberta mais fofa dos últimos tempos : Kitten Covers. Embora cometam um erro recorrente : o gajo não tem olhos de cores diferentes! Façam pesquisa! Pouca coisa me irrita, mas não sei porquê este erro mexe-me com os nervos, até porque a verdadeira razão do gajo ter olhos freaks é bem mais interessante e invulgar do que ter um de cada cor.)

Estava a arrumar a cozinha. Na televisão, uma série qualquer de espiões  mostrava dois deles em Berlim, o big boss e a subordinada. Conversavam os dois enquanto olhavam para a cidade. No meio do diálogo : 

Ele : "Turn and face the strain."
Ela : Brecht?
Ele : Bowie.
Ele : Fez três álbuns aqui em Berlim.

Três vivas para os guionistas nerd das séries chungas de Sábado à tarde.


25.11.11

"Life sucks and then you die."*

* uma crítica bem humorada a Melancholia (Lars von Trier 2011),  Mark Hobin no Rotten Tomatoes.

Mas não interessa muito agora dissertar sobre a vida e a morte, embora Lars von Trier tenha muito gosto em fazê-lo, de preferência com muito sofrimento - tendencialmente feminino - à mistura. Kirsten Dunst é uma senhora que sofre de uma doença indefinida, com uma família disfuncional. O filme baseia-se na relação dela com a irmã - cada uma delas têm direito a uma parte do filme em que é "protagonista" ("Justine" e "Claire") - sendo a estória apimentada com um suposto planeta, "Melancholia",em rota de colisão com a Terra. Já li algumas críticas que sustentam que o tal planeta que choca com a Terra é uma metáfora, blá blá blá, até ai posso aceitar, até porque acho que o nome Melancolia não é inocente, tanto pelo significado da palavra e a sua relação com o estado de espírito de ambas as protagonistas, como pelo facto de "melancolia" ser originalmente um dos pecados capitais - hoje em dia bem que os cristãos tavam lixados, com tanta depressão que prai anda...
A questão é que a senhora Dunst ainda tem que comer muita sopinha para fazer uma interpretação digna de um Lars e que não envergonhe as suas predecessoras. É sempre arriscado apostar em figuras muito vistas para este tipo de filme. Lars contrariou esta afirmação quando apostou - e muito bem - em Nicole Kidman para Dogville. Arriscou ao fazê-lo de novo, ainda por cima rodeando Dunst de Alexander Skarsgård, Charlotte Gainsbourg e Kiefer Sutherland - o primeiro é a mais recente paixão das pitas (eu incluída) da super-série vampiresca True Blood, Charlotte teve um papel tão marcante em Antichrist que é um erro usá-la no filme seguinte (embora tenha um bom desempenho) e Kiefer, o senhor 24 Horas, até se porta razoavelmente bem prá coisa.

Mas já me estou a perder, não era minha intenção dissecar o filme, mas sim esta imagem:



Esta imagem figura na maior parte dos cartazes promocionais do filme e faz parte da sequência inicial, uma coisa super formalista que Lars inventou como prólogo e que só se irá perceber bem no fim do filme.
Quando vi isto, pensei para comigo : "Outra vez a Ofélia". 


Ophelia(a do Hamlet, que se afoga no rio) é um dos quadros mais famosos de John Everett Millais, pintado entre 1851-52. Foi sempre um quadro que me fascinou e não é a primeira vez que topo que alguém o usa como referência, já aqui tinha falado nele a propósito do Nick Cave e do vídeo da Where the Wild Roses Grow.
Mas, claro, posso estar a ver coisas onde não existem, tanto quadro, tanta referência que praí anda...no entanto o senhor Lars é um querido e faz questão de nos mostrar de onde vêm as coisas :




Há uma cena em que Justine (Dunst) está na biblioteca, chateada com a vida, olha à sua volta e só vê quadros abstractos nos livros expostos ( tudo Suprematismo, arriscar-me-ia a dizer tudo do Malevich, na segunda imagem vê-se bem o Quadrado Branco Sobre Fundo Branco). Então, começa a substituí-los por outros livros, com pinturas figurativas.





E...voilá! A Ophelia lá no meio!

3.11.11

asses to asses





...and a boner.

25.9.11

strangeways, here I come! (com participação especial)

No meu sonho eu estava num café no Porto, em cima de uma mesa, de pernas abertas. E estava um gajo a masturbar-me. Esse gajo era um amigo meu que é gay. Só que não era bem ele, era a cabeça dele num corpo grande e musculado. Será que estou a reprimir alguma coisa?


Reposta de um grande palhaço armado em psicanalista da revista Maria:

«Arq. Mariana,
Junto segue o seu relatório clínico, na sequência das sessões de psicanálise que efectuou com o Dr. X.
De uma forma simples, podemos reconduzir o seu caso a uma das três hipóteses seguintes, descritas por Jung no ensaio clássico "Sexo com paneleiros em locais públicos: encruzilhadas da nossa mente":

a) acha V. Exª o cavalheiro em questão uma pessoa atraente, e a cena do corpo musculado é naquela do "se não fosse panisgas marchava";
b) tem a Srª. Arqta. alguma fantasia latente com gente do sexo oposto que prefere o seu próprio sexo. Provavelmente vai ficar espantada, mas acredite que qualquer homem percebe isso na perfeição. Aliás, estou certo que se procurasse bem no seu sonho, veria que por trás do cavalheiro estaria um outro cavalheiro, eventualmente moçambicano, a soprar-lhe ao pescoço.
c) ou como dizia o Y, o que a Srª Arqta. quer é gajos.  

por favor envie à D. Z o seu nº do SNS / ADSE, para que possa ser emitida a competente factura electrónica.
melhores cumprimentos.»

«time takes a cigarette» ou «the only thing constant in our times seems to be "Change"»

Já não tenho bem memória quem me falou do Michael Wesely, mas é um senhor alemão que trabalha com uma  coisa espectacular e que sempre foi uma das minhas grandes obsessões na fotografia : longa exposição. Não, não estou a falar daquelas fotos tutorial-de-photoshop-style de rastos de luzes de carros e de estrelas e o pôr-do-sol super alaranjado em que o mar parece nevoeiro que são tão bonitos que o lugar deles é num wallpaper de um computador qualquer. Falo de longa exposição de verdade. Esteticamente e temporalmente. Tipo assim, 3/4 anos de exposição do filme. Em 2001 ele foi convidado pelo MoMA em Nova Iorque para captar a reconstrução do edifício do museu. O tipo montou oito câmaras de grande formato em quatro pontos diferentes e deixou-as ficar a captar a imagem até 2004. O resultado foi qualquer coisa como isto :


A próxima fotografia foi tirada durante 14 meses na Leipziger Platz em Berlim que na altura (1999) em conjunto com a Potsdamer Platz eram dos sítios onde mais se construía no mundo.

Potsdamer Platz em 2 anos e pouco:

 «Just when one detail had burned into the negative it was erased or overshadowed by another detail. In his eyes this constant change and destruction is something that really stands for the state of our society. "The moment is fading, all that remaines is the permanent overlapping of movements of all kinds, political or personal. The technologies of our times fuel this fire of restless 'Online-Existence'. One day computers won't have an on- or off-button anymore. We will always be online."»

bullseye.


«Que a vida imita a arte já eu sabia desde que vomitei uma salada de frutas igualzinha a um quadro do De Kooning (uma semelhança extraordinária, embora a minha salada de frutas tivesse um lirismo que falta à composição do pintor. É a diferença entre produzir uma arte comercial ou outra que corresponde, de facto, a uma necessidade interior).»


(Ricardo Araújo Pereira, Visão de 22 de Setembro de 2011.)

4.9.11

A melhor sequência de planos que irão ver nos próximos 5 minutos.






(Fotogramas de Submarine de Richard Ayoade, RU, EUA, 2010)


Claro está que a menina de casaco vermelho, Jordana Bevan, tem um papel de muito relevo no "biopic" de Oliver Tate.






(Fotogramas de Simple Men de Hal Hartley, Itália, RU, USA, 1992)

quando Hartley pisca o olho a Godard.


(Fotograma de Simple Men, de Hal Hartley, Itália, R.U., E.U.A. 1992)







...ou como os Sonic Youth são muito mais kool do que qualquer bichanice francesa.

31.8.11

A religião é a maior praga de todos os tempos.


28.8.11

all we ever wanted was everything

The dreamers (2003) Bernardo Bertolucci





A good life will never be enough.

23.8.11

és Beatles ou és Stones?








And my brother's back at home, with his Beatles and his Stones.




Gimme sympathy, after all this is gone.
Who would you rather be, The Beatles or The Rolling Stones?




No Elvis, Beatles, or the Rolling Stones.




It's The Rolling Stones, The Beatles and The Doors.

14.8.11

A melhor lista de filmes-que-temos-que-ver-antes-de-morrer de que tenho conhecimento até hoje.

1ª parte
http://www.imdb.com/list/360sTV07Eh4/?start=1&view=detail&sort=listorian:asc

2ªparte
http://www.imdb.com/list/360sTV07Eh4/?start=51&view=detail&sort=listorian:asc


Isto está assim, tipo, perto da perfeição. Só não a atinge porque deixa de fora o Aurora do Murnau e o Potemkin do Eisenstein. Gostos são gostos mas há filmes que não podem ser ignorados.

 

hail to Lavoisier! (aviso - post para super-nerds only!)


Descobri há uns tempos através deste vídeo o gajo com quem eu vou casar quando for grande : Kirby Ferguson, um realizador de Nova Iorque. E, já de mim fascinada com a habilidade do senhor em pegar numa coisa de todos os dias e ver um padrão (assim como eu vi nos nas capas dos cds com círculos, embora a minha visão ser aproxime mais da conspiração) fiquei de boca aberta com um projecto que o senhor tem, de nome "Everything Is a Remix", uma série de quatro episódios sobre influências e apropriação no processo criativo.

A primeira parte, "The Song Remains the Same", fala sobre música, com ênfase especial nos senhores Led Zepplin.
A segunda parte, "Remix, Inc", fala sobre cinema, principalmente sobre a saga Stars Wars.
A terceira parte, "The Elements of Criativity" fala sobre algumas invenções famosas.


28.7.11

Space Oddity

Mariana Lopes 2011


Mãe, meti-me nas curtas e usei a FAUP como cenário.

kill all hipsters II


...e a propósito do último dia o Milhões de Hipsters...perdão Festa, o senhor Rui falou-me deste site, onde, numa produção quase 100% por cento acertada (falta a fase "new raver" onde andavam todos com roupas de cores e ray-bans wayfarer de armação colorida - como, mas como deixaram isto passar...) dissecam todos os clichés dos hipsters da última década.
Paralelamente mostraram-me este vídeo que, apesar da música ser um bocado a puxar ao merdoso mete bastante o dedo na ferida: 



E o senhor Rui com o seu olho de lince, topou no festival qual irá ser a moda hipster para o Outono/Inverno de 2011...
 foto : Alice Negrão

...o lencinho à cowboy amarrado à testa...!!!As cores da moda são mais o vermelho e o azul, embora os mais afoitos (como o menino aqui em cima) arrisquem uma combinação de branco com cornucópias verde água.

25.7.11

a propósito de nada







An Education, TrustMy Blueberry Nights e uma foto da Anne Brigman (thanks old guy). E ainda hei-de encontrar mais.

21.6.11

all-time top five favourite bands

Nem sei paké tanta dúvida.


So love, leave me do what you will
-who knows what tomorrow might bring?
Learn from your mistakes is my only advice
And stay cool is still the main rule
Don’t play yourself for a fool




You might as well know what is right for you
And make the most of what you like to do
For all the pleasure that's surrounding you
Should compensate for all you're going through
So if you're feeling fraught
With mental strain
Too much thinking's got you down again
Well let your senses skip
Stay hip
Keep cool
To the thrill of it all

20.6.11

não, não sou a única!


(fotogramas de Biutiful, de Alejandro González Iñárritu, México/Espanha 2010)


No fundo do mar e no fundo de lagoas e cascatas vivem criaturas feias e com muitos dentes que de repente, quando uma pessoa menos espera, lançam os seus tentáculos ,roçando-os  devagarinho nas nossas pernas. E depois engolem-nos inteiros.

25.5.11

da (im)pertinência da morte

(fotograma de Dogville de Lars Von Trier, demasiados países para serem mencionados 2003)


Não lhe era muito chegada, apenas dessas amizades de circunstância que se fabricam por frequentar os mesmos bares, gostar da mesma música, de uma certa estética dos anos 50. Nunca lhe perguntei o que era estar dentro da cabeça dela e julgo que ela própria tivesse dificuldade em explicar. Não aguentou ser mais ela. Podemos sempre ser outra pessoa. As possibilidades são infinitas quando se pensa chegar ao fim da linha. Mas ela não pensou que assim fosse. É trágico. Viveremos com isso de uma maneira ou de outra.

Demasiado fria? Sem dúvida. Apenas porque há acontecimentos ainda frescos na memória e se por um lado eles serviram para a formação de uma espécie de capa protectora que me permite neste momento criar uma certa distância, quase indiferença em relação à sua morte, por outro lado noto que venho a desenvolver cada vez mais uma certa paranóia, um medo irracional. 
O teu atraso de uma hora em relação ao combinado transforma-se num acidente medonho na A29, sangue e destroços por todo lado. Imagino-a a ela a atravessar a estrada sem olhar e a morrer-me nos braços. Um acidente de avião, um enfarte, um assalto para tantos outros. E se ao longo dos anos fui amadurecendo a minha visão da morte e de como lidar a sua inevitabilidade, parece-me neste momento, e depois de ser confrontada com ela, que caiu tudo por terra. 



E no Sábado fui ao Imaginarius. E encontro o Tiago e o Duarte. Fiquei cabisbaixa. Ao perguntares-me o que se passava respondo que eles estão ligados a um episódio triste da minha vida. Não parecia. Pois não...somos assim, a maneira de lidarmos com as memórias que nos assolam sempre que nos vemos é relativizar a coisa. Secalhar somos até efusivos demais. E passado dois minutos, eu ainda no meu mood cabisbaixo e passa o Gusta, ligado também a esse episódio triste. E o universo é uma merda, porque não se devia permitir a este tipo de coincidências caprichosas. Mas como dizia o outro, o universo é indiferente. A minha sanidade, infelizmente, não o é.

5.5.11

tu disseste, eu disse. II



tu disseste, eu disse.



2.5.11

das traduções muito mal amanhadinhas

(fotograma de O Céu sobre Berlim, de Win Wenders, RFA/França 1987)

«My story isn't about BERLIN 
because it is set there,
but because it couldn't be set anywere else.
The name of the film will be :
THE SKY OVER BERLIN
because the sky is maybe the only thing
that unites these two cities, 
...
with a common past
but not necessarily a shared future.» 


WENDERS, Win, An Attemped Descripition of an Indescribed Film and Wings of Desire, The Logic of Images : Essays and Conversations, Faber and Faber, London/Boston 1991


O título original da coisa é Der Himmel über Berlin que, traduzido literalmente, dá qualquer coisa como O Céu sobre Berlim, sendo que "céu" adquire um duplo sentido : tanto em alemão (himmel) como em português (céu) a palavra pode significar aquela coisa azul sobre as nossas cabeças ou aquele sítio onde as pessoas que se portaram bem vão parar depois de deixarem o invólucro material, o que faz todo o sentido visto o filme retratar a vida dos anjos. Já em inglês há uma palavra para cada coisa : "sky" e "heaven". Claro que a opção por traduzir como "sky" excluiria o significado de "heaven" e vice-versa, mas no caso, dado que "Himmel" está em maiúscula a opção mais acertada seria traduzir como "heaven".
Não sei quem foi o palerma que traduziu isto como Wings of Desire ou o ainda maior palerma que foi atrás e traduziu como Asas do Desejo, mas chateia-me que um grande título com um grande significado se perca devido a umas quaisquer picunhices das distribuidoras.

1.5.11

perdidos achados ou o que é que tá a fazer um rato morto na minha foto.


(Mariana Lopes 2011)