Imagine um universo em conflito. Seres luminosos e sombrios, mais ou menos apegados a suas formas materiais, num duelo de trilhões de anos por supremacia. Um medonho tirano que, 75 milhões de anos atrás, exportou uma massa de energia maligna para o planeta Terra, onde até hoje ela se agrega ao nosso baixo-astral. Não é um filme de ficção científica (...): são os princípios da Igreja da cientologia, a religião criada nos anos 50 pelo escritor de sci-fi L. Ron Hubbard.
(...) no início havia os thetans (...) - almas imortais avançadíssimas que, por puro prazer, um belo dia resolveram criar o universo. E aí começaram os problemas. Os thetans se apegaram a seus novos corpos materiais - nós, os seres humanos - gradualmente, ao longo de inúmeras reencarnações, e perderam os seus puros poderes, inclusive a vida eterna. Engrams - resquícios de experiências dolorosas ao longo de múltiplas reencarnações - agregaram-se à 'mente relativa' desses thetans aprisionados em existências humanas . Cabe aos fiéis da cientologia, através de estudos dos textos de Hubbard (...) livrar-se desses engrams e libertar seu thetan interior. O processo chama-se Ponte de LIberdade Total e, idealmente, termina quando uma pessoa se torna primeiro um 'Clear' e depois um 'OT' (operating thetan).
(...)
Isto é uma simplificação, claro. Na cosmogonia cientologista existe também uma Ópera Espacial, que teria sido revelada nos anos 60 a Hubbard, narrando a existência dos thetans antes e imediatamente depois da criação do universo. Nela há um megavilão, Xenu, zumbis astrais, implantes sinistros e sucessivas invasões de alienígenas progressivamente mais hostis e nojentos.
Maria Baihana in mag!nº13
sendo por 'definição' contra a religião ou qualquer instituição que tente fazer a ponte entre nós e aquilo em que acreditamos , não deixo, no entanto, de ter uma espécie de visão crítica da instituição que me é mais familiar. nem dos seus 'instrumentos'. como a bíblia. uma visão crítica da bíblia permite compreende-la como uma grande metáfora, que estabelece certas - chamemos-lhe - condições ou directrizes para reger a nossa existência terrena. a cientologia não pretende ser mais que isso - mas numa versão mais apimentada, pop (alienigenas ou complexos reprimidos?é só escolher) que deve ser fabulosa para aqueles gigs dos comics e dos jogos de computador. o pior é quando se fala de dinheiro : uns milhares de dólares pelos cursos baseados nos escritos de Hubbard, como condição de se livrar dos implantes negativos do nosso subconsciente. isto aliado ao conservadorismo e secretismo em que está envolta a igreja, tornam-na na '(...)seita mias brutal, mais classicamente terrorista, mais agressiva e mais lucrativa que já existiu no EUA.' (Chyntia Kisser).
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