30.6.09
28.6.09
e continuando na onda do after-life*
coffin couch by von erickson: "these coffin couches are made from old coffins. they are not used for burial due
to slight cosmetic damage. each has been reconfigured to make a comfortable couch." (via designboom)
to slight cosmetic damage. each has been reconfigured to make a comfortable couch." (via designboom)
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*e porque também tenho muitas saudades tuas baby-vampire:)
no príncípio, como no fim
©Mariana Lopes 2009
o meu fascínio por cemitérios (e não é a primeira vez o que digo) está longe de ter qualquer conotação mórbida - tem muito mais a ver com questões arquitectónicas, sociológicas e antrolopógicas.
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mas claro, esse fascínio não é partilhado por quase ninguém que me conheça. por isso o meu espanto foi genuíno quando na nossa tarde-quase-despedida-que-iria-ser-perfeita vi o entusiasmo com que aceitas-te a proposta de ir ao cemitério.
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e gostaria de ver a tua cara, margarida, se nos visses feitos adolescentes ao beijos entre as campas, a roçarmo-nos contra os jazigos neoclássicos, a apalparmo-nos entre as tumbas egípcias (que algum gajo com pretenções faraónicas mandou construír).
se calhar irias lançar-me o ar reprovador e enojado que me lançaram mais tarde nesse dia. e eu iria olha para ti da mesma forma preplexa de quem não entende como as pessoas são incapazes de partilhar o meu fascínio por cemitérios.
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e eu só sei que ficar inibriada é bom. mas não demais. começo a dar importância a coisas que não a têm. e começo a condicionar mentalmente a minha vida em função de um delírio carnal qualquer.
mas, felizmente, a partida está iminente. e acordo comigo a dizer-me que tou parva. pois tou. quero lá saber de artistas que desaparecem e dos teus delírios de quase meia idade.
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o que eu quero é pôr-me a andar daqui pra fora. (mas ficaria, só por mais um momento, abraçada a ti enquanto olhamos aquele mar de mortos)
26.6.09
boy meets girl (ou vice-versa)
eu compreendo que o Foutainhead não é um filme de (sobre) arquitectura. a arquitectura aqui é um pretexto. um pretexto para contar a história de um homem fiel à sua visão. que trabalha numa pedreira por ser fiel à sua visão. que vê o seu nome arrastado na lama por ser fiel à sua visão. que é recompensado no fim (ahhh, estes finais compensadores têm o seu quê de 'fake') por ser fiel à sua visão. isto passando ao de leve por tudo o que o argumento e a sua materialização representam. mas eu sou um projecto de arquitecta, logo a parte da arquitectura, (mesmo tendo a consciência de ser um pretexto), não me é indiferente.
porque Howard Roark representa em parte o que abomino na classe arquitectónica. o autismo, o egocentrismo, o snobismo, o desdém para com a opinião de outrém, no fim de contas : a masturbação arquitectónica. porque antes de tudo, na minha opinião, a disciplina arquitectónica é iminentemente social. ponto. a ver bem, (e a menos que eu esteja a precisar de óculos) vivemos rodeados de arquitectura e o arquitecto terá de ter a humildade e o bom senso suficiente de perceber que sim, é preciso ouvir. ouvir as pessoas, ouvir os fluxos que determiam a execução do seu projecto num determinado tempo, para uma determinada sociedade. estou com isto a dizer que não se deve pensar no futuro? nem por sombras (até porque fazer um projecto hoje tem implícito um determinado futuro). digo apenas que olhar para o umbigo é comparável às palas dos burros.
sim...depois ele faz o discurso do tribunal onde explica essa coisa da masturbação...que os grandes génios e inventores antes de pensarem nos outros faziam as coisas por eles mesmos. ok. que façam por eles mesmos. mas que não se esqueçam dos outros. não em Arquitectura.
...senão daqui a pouco as nossas casas, as nossas cidades não serão mais que esporra ressequida de alguns desses chamados 'génios'.
(...)
mas voltando ao boy meets girl (ou vice-versa)
é-me natural não pensar muito nas coisas até que chega o último minuto. e é no último minuto que tenho um momentozinho de pãnico. porque vou embora. porque apesar de não ir já embora, esta tarde se desenha como uma despedida. de todas as tardes que não houveram. e de todas as cervejas que ficaram por beber (ou que agora o medo não nos deixa beber não é?).
entrei nisto levianamente . não me leves a mal. a maior parte das vezes não meço as consequências do que faço. faz parte. como ficar corada... mas no fim de contas we'll always have Paris.
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e agora prá despedida...tás a ver o post da menina limão?...não tem nada a ver...ou se calhar foi por causa dele que surgiu isto tudo.
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leaving
22.6.09
20.6.09
1 mês e picos
nan goldin
Travelling north, travelling north to find you
Train wheels beating, the wind in my eyes
Don't even know what I'll find when I get to you
Call out your name love, don't be surprised
Nothing at all, in my head, to say to you
Only the beat of the train I'm on
Nothing I've learned all my life on the way to you
One day our love was over and gone
Only the beat of the train I'm on
Nothing I've learned all my life on the way to you
One day our love was over and gone
What will I do if there's someone there with you
Maybe someone you've always known
How do I know I can come and give to you
Love with no warning and find you alone
Maybe someone you've always known
How do I know I can come and give to you
Love with no warning and find you alone
It's so many miles and so long since I've met you
Don't even know what I'll find when I get to you
But suddenly now, I know where I belong
It's many hundred miles and it won't be long
It won't be long
It won't be long
It won't be long
Don't even know what I'll find when I get to you
But suddenly now, I know where I belong
It's many hundred miles and it won't be long
It won't be long
It won't be long
It won't be long
(Train Song - Feist + Ben Gibbard)
'roof roof'
encore heureux + G studio: 'room room' - crossing dialogues: for emergency architecture: "'room room' is a project that was conceived and developed by encore heureux + G studio for the recent 'crossing: dialogues for emergency architecture exhibition held at NAMOC (national art museum of china)."
via designboom
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18.6.09
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realidades alternativas
16.6.09
1.6.09
há algo de podre no reino da dinamarca
contudo nada de podre há em wagner moura. excepto o facto de ser a única coisa em três horas e meia de hamlet. ele e o gajo que fazia de polônio, gillray coutinho.
há espaço para um pequeno grau de desilusão. tudo o que tinha visto até agora aqui no rio foram pequenas produções. e esta, (que se esperava grande) foi pequena. pequena em cenário ( há uma grande diferença entre despojamento e parolice) pequena em figurino (outra vez a questão do despojamento e da parolice - safava-se o hamlet e a ofélia em alguns momentos) pequena em actuação ( com uma ofélia indecente a contrastar com um hamlet/wagner moura a raiar o brilhante - embora a voz irritasse de quando a quando) e pequena em público, que no último dia da temporada oferece um mísero minuto de aplausos (ainda me lembro da última que vi em portugal, o turismo infinito que os gajos tiveram que voltar ao palco três vezes...).
valeu a introdução de vídeo (embora de uma maneira um bocado naif) e a adaptação do texto.
de resto.
tenho saudades de portugal.
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