Um dia destes em conversa com uma amiga, falavamos sobre a saudade que tinhamos que estar apaixonadas e sermos correspondidas, aquele timming perfeito que só se gera um par de vezes na vida e à custa do sacrifício de cem virgens, vinte cabras e trinta fetos de lama. Fiz uma revisão mental e lembrei-me que há precisamente um ano estavamos assim. Angustiados, entranhas revoltas, mãos dadas, love effect q.b.
E depois lembrei-me da segunda parte. Da parte daquela espécie de maldição partilhada por uns e incompreendida por outros tantos. Falo da atracção pelo abismo a.k.a. apetite pela destruição. Porque aqueles que ganham o nosso coração trazem sempre na bagagem qualquer pormenor que transforma o nosso timming idílico numa espécie de pesadelo monstruoso que acabará em lágrimas, cigarros, séries e canções corta-pulsos. E pior, o que é válido para o timming perfeito é-o também para aqueles outros timmings imperfeitos que já há muitos maços atrás perdemos a conta.
*mais uma vez, frase gamada ao vontade indómita.
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