1.9.10

são horas de comprares um relógio.

“Olha para um relógio. Ele funciona, mostra as horas. Desmonta-lo para tentares compreender como ele funciona. Ele não anda mais. E no entanto essa é a única maneira de o compreender…” (Andrei Tarkovsky - tradução livre de uma citação em português do Brasil que anda por ai na rede)

 (fotograma de Stalker de Andrei Tarkovsky, Alemanhã Ocidental/União Soviética 1979)

Por uma questão de falta de interesse (ou, quem sabe, de limitação pessoal) nunca me dei muito bem com essa coisa da metafísica e da filosofia. O questionamento das coisas e o seu mistério sempre foi para mim como aquela poema do Fernando Pessoa que explica que o  mistério das coisas é elas não terem mistério nenhum. 
Aliás, o meu único momento de questionamento filosófico e metafísico ocorreu há uns meses atrás, [não sei porque carga de água] e bati tão mal que quase recorria a um dos meus planos B para a vida (talvez o do pescador...).

 (fotograma de Stalker de Andrei Tarkovsky, Alemanhã Ocidental/União Soviética 1979)

Daí que Stalker tenha sido um filme completamente penoso, tanto que demorei quase duas semanas a vê-lo. Porque embora esteja muito bem filmado e a fotografia seja soberba ,é completamente depojado e a sua complexidade assenta em questões não de forma mas de pensamento. Eu até consigo chegar ao simbolismo básico do Professor (a razão), do Escritor (a emoção) e do Stalker (a fé), mas para compreender e ter uma experiência completa e satisfatória do filme é preciso 'crer'...e, desculpa shôr Tarkovsky...essa não é muito a minha praia. 
Ah!...e dizer que Stalker é um filme de ficção científica é o mesmo que dizer que o Anticristo é um filme de terror - uma parvoíce pegada.
(fotograma de Stalker de Andrei Tarkovsky, Alemanhã Ocidental/União Soviética 1979)

 Mas cada vez me entusiasma mais a questão da diferente utilização da cor e da sua interpretação num filme (assim de repente como no Wings of Desire ou no A Single Man).

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