31.1.11
17.1.11
London calling!
Ora bem, parece que perdi Eadweard Muybridge e Gauguin. Vou ganhar Gabriel Orozco. Tá fixe, então.
E agora é só escolher entre Twin Shadow, Gang of Four, Manic Street Preachers, British Sea Power e Sleigh Bells. Ou não.
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próxima estación...
13.1.11
(fotogramas de A Erva do Rato de Júlio Bressane, Brasil 2008)
Esperei dois anos pra ver este filme. O único comentário que consigo fazer neste momento : ele há gente muito freak da cabeça neste mundo.
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cinema
12.1.11
um shuffle com requintes de crueldade
nem quis acreditar quando ouvi isto pela terceira vez na mesma tarde.
"Remember remember the fifth of November...
...
The gunpowder, treason and plot;
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot."
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot."
Este post tem dedicatória : obrigado por me apresentares este magnífico exemplar de 'novela gráfica' . Contempla agora o monstro nerdico que estás a ajudar a construir.
Acabei há uns dias de ler o V for Vendetta. Claro que me lembrei da adaptação cinematográfica que foi feita há uns anos, e, embora já a tivesse visto, tive curiosidade de perceber a maneira como foi adaptada a história e voltei a ver. Disseram-me um dia que até estava bastante fiel...digo eu agora que não está. Aliás, até está bastante distorcida.
A história toma lugar em Inglaterra, num mundo pós-terceira guerra mundial, em que pelo menos a Europa e África desapareceram e onde prevalece um sistema fascista, imposto com o objectivo de retomar a ordem após o caos gerado pela guerra.
V, cuja identidade é desconhecida, é apresentado como um terrorista anarca (aliás, a sua 'marca' é uma referência indiscutível ao símbolo do anarquismo) cujas intenções e modo operativo ficaremos a conhecer ao longo da história.
E a estrutura principal vai andar à volta disto : quem é V, e quais são as suas intenções.
Chegaremos mais tarde à conclusão de que V é uma ideia e as suas intenções são instalar um sistema anárquico na verdadeira percepção da ideia, ou seja, ausência de governo, líderes, coerção,... e não ausência de ordem (não sendo 'ausência de ordem' e 'caos' sinónimos de anarquia, como a banalização e alteração do significado do termo pelos meios de comunicação etc. nos fez acreditar. Anarquia significará a 'verdadeira ordem', sendo esta uma ordem voluntária). E para V, a destruição, o caos, farão parte do processo para atingir essa nova ordem, ...uma ideia a raiar um certo niilismo positivo, muito 'destruição também é criação'.
Partindo de uma referência histórica (o 5 de Novembro, a 'Conspiração da Pólvora', na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605 - explodindo o mesmo) que é explicada no filme , embora na BD não se dêem a esse trabalho, V vai desencadear uma estrutura de acontecimentos que culminarão na eliminação do poder e das suas representações em Inglaterra.
E aqui o argumento do filme falha redondamente na interpretação da estrutura simbólica que suporta as ações de V. Vejamos :
A primeira coisa que V explode no livro é o parlamento, no dia 5 de Novembro de 1997, no mesmo dia em que, 392 anos antes, tentaram fazer o mesmo mas sem sucesso.
No filme ele explode primeiro o 'Old Bailey', o tribunal. A destruição do parlamento passa a ser o último objectivo, o fim do filme. Aliás, no filme são apresentadas apenas estas duas 'explosões'.
No entanto, a estrutura simbólica da narrativa (que se perde no filme) assenta na questão da tripartição dos poderes do Estado - legislativo (parlamento), judicial (tribunal) e executivo (governo). No livro, V explode primeiro o parlamento, de seguida explode o tribunal e o objectivo último será a destruição do 'governo', Downing Street, a 'boca' ,a morada do líder fascista, : Adam Susan.
Outra grande falha do filme é a importância e a construção da personagem 'Evey'. No livro, Evey é uma miúda de 16 anos, cuja mãe morreu duma doença qualquer e o pai foi levado pelo governo quando ela era criança, que não tem onde cair morta e que vê como última alternativa a prostituição. Entretanto é salva da morte certa por V, tornando-se uma espécie de protegida dele.
No filme, Evey (Natalie Portman) é uma jovem adulta, com alguma educação, filha de pais activistas e tem um emprego humilde na estação de televisão do Estado.
No livro, V acolhe Evey e educa-a, e através de métodos um pouco discutíveis e violentos (física e psicologicamente) torna-a numa pessoa culta e capaz de ser crítica em relação à sua própria existência e da sociedade (no meio há a questão da 'libertação' a da 'tranformação' que será transversal a três personagens chave - o próprio V, Evey, e o inspector Finch, mas não importa agora ir por ai). Percebemos no fim que V está a treinar a sua substituta - V não é um homem de carne e osso, é uma ideia, lembram-se?...não importa quem usa a máscara mas os ideais representados por ela.
...e essa questão da prepetuação da mensagem e da ideia é ainda vincada numa das páginas finais, quando vemos Evey, depois assumir o papel de V, recrutar um novo protegido, retomando o ciclo que o V original começou.
No filme, para além da convivência de Evey e V ser bastante reduzida, e embora a questão da libertação e da trasformação seja enfatizada, o papel dela é estanque. Não há a questão da existência de uma figura que represente a mensagem e a sua prepetuação. E, claro está, botam um bocado de romance para apimentar a coisa e há ainda uma altura em que colocam V numa posição de escolha : ficar com Evey e esquecer os seus ideais ou continuar o plano delineado.
E finalmente (porque embora haja outras diferenças mais secundárias, prefiro deixá-las para outro dia) há a questão de duas personagens essencias : o Lider e o inspector Finch.
A caracterização psicológica do Líder no livro é indiscutivelmente superior à adaptação. O Líder é um homem. Um homem com ideias muito definidas quanto à sociedade e à maneira como ela deverá funcionar e acredita que está a fazer o melhor pelo povo.
No filme o Líder - Chanceler, como lhe chamam, é uma figura autoritária num ecrã. Não percebemos sequer que haja um 'homem' nem as suas intenções.
E é essa displicência com que (não) constroem a personagem do Líder no filme que leva à maneira estúpida, (e desprovida do sentido maior que lhe é dado no livro) de ele morrer.
Sim, claro que ele morre. No filme às mãos de um ganacioso que lhe quer o lugar, no livro às mãos de uma mulher, uma mulher cuja história vai sendo contada ao longo do livro, que vê a sua vida e esperanças destruídas, uma vítima do sistema, uma mulher como outra qualquer mas que lhe cabe aqui o papel de representante de todas as outras/outros.
E ainda há Mr. Finch. E não é por acaso que a última página do livro lhe é dedicada. Mr. Finch é o inspector encarregue do caso do 'terrorista de nome de código V'. O único que se dará realmente ao trabalho de perceber V, a sua mente e as suas intenções. No meio da investigação também ele passa por um processo de 'libertação' e é-lhe dado o privilégio de não só conhecer V, mas de o matar. No filme, V é morto numa sequência cheia de polícias e balas e efeitos especiais à la Hollywood.
E por último, dois pormenores deliciosos do livro que não poderia deixar passar :
-uma referência a Mr. Reed.
-a questão de a certa altura se ouvir a 5a sinfonia de Beethoven, que começa : tu tu tu tuuu, o que em código morse será o equivalente à letra 'V' (...-).
Lindo.
9.1.11
sim, tem duas cenas com pole dancers.
(fotograma de Somewhere de Sofia Coppola, EUA 2010)
...e o mais inacreditável é o facto dela conseguir, num filme de poucas falas, encaixar um diálogo sobre os vampiros do Crepúsculo.
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une femme est une femme...
(fotogramas de Somewhere de Sofia Coppola, EUA 2010)
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bruxa!
"(...) revela uma enorme capacidade [James Blake] para compôr ambientes melódicos."
"Em todas as suas canções existe qualquer coisa de precário, um mundo mutante em composição, que rumina consigo próprio, acolhendo qualquer coisa de longínquo e etéreo (...)"
"Em todas as suas canções existe qualquer coisa de precário, um mundo mutante em composição, que rumina consigo próprio, acolhendo qualquer coisa de longínquo e etéreo (...)"
"Os temas também são menos abstractos do ponto de vista, sónico, circulando elementos digitais mínimos à volta da sua voz quase sempre lânguida."
Vítor Belanciano in ípsilon, 7 de Janeiro de 2011
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