5.1.11

espelho meu, espelho meu.



Confesso que uma das minhas espectativas do ano (em conjunto com o Somewhere de Ms. Coppola) era o novo filme de Darren Aronofsky, Black Sawn
Pi, Requiem for a Dream e The Fountain estão na minha lista de filmes favoritos de sempre e é provável que venha a encaixar o The Wrestler quando o vir - coisa que não fiz até agora por não me sentir atraída pelo tema do filme.
Olhando para a filmografia do senhor percebe-se uma certa transversalidade do drama, da psicose, de um certo misticismo que ele transporta agora para Black Swan, embora tenha algumas dúvidas quanto à forma como ele os materializa, por isso ainda não consegui perceber assim muito bem se gosto ou não do filme.

A velha história do Lago dos Cisnes, conto transformado em bailado pelo shôr Tchaikovsky (confesso que nunca o vi completo, mas havia sempre uma menina que nos recitais de bailado da escola fazia o acto final, a morte do cisne), um bando de cisnes que afinal são pessoas presas num feitiço e só se tranformam em humanas à noite, o feitiço só poderá ser quebrado pelo verdadeiro amor, um príncipe apaixonado, um feiticeiro mauzão que impede o principe de quebrar o feitiço, um cisne morto.  

O filme gira em torno da preparação do bailado, onde a inocente menina Portman, escolhida para o papel de rainha dos cisnes, se vê a braços com a tarefa de representar também o cisne negro, supostamente o seu gémeo mau, a feiticeira que irá seduzir o príncipe, fazendo com que este perca de vista o seu objectivo (salvar através do amor verdadeiro a rainha boazinha/cisne branco).












Mas a menina é tão boazinha e tão contida que terá de passar por um processo doloroso de modo a descobrir a outra face de si própria, a sua gémea má, sedutora, preversa...e como é que o senhor Darren representa isso? Espelhos! Montes deles! Por todo o lado! Inclusive, pra manter a coerência da coisa, quando finalmente ela liberta a mente(?) e consegue encarnar o cisne negro, parte um espelho e 'mata-se' com um pedaço. Até aqui não há mal nenhum. O problema é quando há demasiados laivos de 'filme de terror' aqui no meio, truquezinhos pra puxar ao susto e afins. E uma montagem que, embora à primeira vista correcta, não arrisca como noutros tempos. Ainda me lembro de ficar maravilhada quando vi pela primeira vez aquela coisa da Hip Hop montage ou lá como ele lhe chama no Requiem for a Dream.

Mas, importa sublinhar que é um interpretação com direito a palminhas e talvez a um óscar da Natalie Portman.

3 comentários:

francesquinho disse...

Mary, ainda nao vi o Black Swan, mas já vi o Somewhere e acho o fenomenal. principalmente porque é acima de tudo uma visao masculina dessa ternura que são as crises existenciais e que só a Copolla sabe transmitir tao bem.

mariana disse...

tas em crise existencial Francisco?
:P

carágo, manda já o link disso!

O Puto disse...

You spoler!