A maneira como o filme nos apresenta temas como a solidão, a fugacidade da vida, o amor e o desespero não é nova. Qualquer pessoa com dois palmos de testa já reflectiu sobre isso e com certeza utilizando grande parte das premissas que nos são sugeridas no argumento. Ou seja, isto poderia descambar num grande lugar-comum, que não acrescentaria nada a tantas coisas que já foram ditas ou pensadas. Mas não. A delicadeza com que somos conduzidos pelo filme, a interpretação magnífica de Colin Firth e de Julianne Moore (esta mulher tem cá uma queda para personagens desiquilibradas...) os tons dessaturados que de repente explodem em cor, o preto e branco bem utilizado, a fotografia, o guarda-roupa (Oh! O guarda-roupa! Ponham mais vezes estilistas a fazer filmes!), os cenários (a casa dele...ufff...)...transformam o filme numa experiência inacreditável...só não achei grande piada à banda sonora...não funciona. Tirando quando recorre a músicas 'cantadas', como estes dois belos exemplares :
[engraçado que esta do Serge foi lançada em 1962, precisamente o ano em que se passa o filme...e nesta segunda, Blue Moon cantada pela Jo Stafford, creio que cometeram uma gafe...supostamente a cena no filme é um flashback passado em 1946...mas, segundo a internet me disse, a senhora só lançou esta música num album de 1952 ('As You Desire Me')...ai ai ai!]
Mas fiquei sem perceber se o final foi uma ironia ou uma coisa do género 'depois desta epifania posso morrer em paz'. As minhas lágrimas foram pra ironia.
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