19.5.10

o estrangeiro II

Um dia fui vê-lo ao teatro. E num único dia li o livro. Mas gostei foi mesmo da introdução do Sartre. 'Ferpeita'.

" 'Os gestos de levantar, carro eléctrico, quatro horas de escritório ou de fábrica, refeição, carro eléctrico, quatro horas de trabalho, refeição, sono, e segunda-feira, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, no mesmo ritmo...' e depois, de repente, os cenários desabam e acedemos a uma lucidez sem esperança. Então, se sabemos recusar o socorro enganador das religiões ou das filosofias da existência, temos algumas evidências essenciais : o mundo é um caos, uma 'divina equivalência que nasce da anarquia'; -não há amanhã visto que se morre. '...Num universo subitamente privado de ilusões e de luzes o homem sente-se um estrangeiro. Tal exílio é sem recurso, visto que está privado das recordações de uma pátria perdida ou da esperança de uma terra prometida.'"

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