24.2.11

that is not necessarily true.




(fotogramas de Vertigo, de Alfred Hitchcock, EUA 1958)


Quando a vida te dá limões, acaba sempre em salgalhada.

21.2.11

monólogos do útero II

'Durante a utilização do implante podem surgir alguns efeitos indesejáveis: acne; cefaleias, aumento do peso corporal; aumento da sensibilidade e dor mamária; humor depressivo ou alterações emocionais; alterações da líbido; dores abdominais; queda do cabelo; dismenorreia ou aumento da tensão arterial.'


Ponto número 1 - Arrancar rapidamente esta merda do meu braço.

Ponto número 2 - Esquecer o 'ponto número 1' e botar a culpa de todos os meus comportamentos neuróticos, obsessivos e depressivos no implante.

monólogos do útero

Aqui há coisa de uma ano e tal resolvi, após uma amiga próxima também o ter feito, botar um implante contraceptivo. Para quem não sabe, um implante contraceptivo é um tubinho de plástico carregado de hormonas, que evita tanto a libertação do óvulo como o aumento da espessura do endométrio (ou seja, as paredes do útero não se enchem de sangue para alojar o óvulo fecundado, logo também não há menstruação). No meu caso, há coisa de um ano que não tenho o período, mas também se pode dar o caso de libertações inconstantes de sangue e afins.
Ora, o caso é que as pessoas ficam sempre entre o fascinadas e o desconfiadas quando lhes apresento o meu caso, e outro dia um amigo meu disse-me que acabou por contar a outra amiga do meu implante e foi como que enxovalhado, na onda de : 'Cá burro!!Achas mesmo que ela não tem o período??Isso é impossivel.' Pois é filha, a não ser que a minha barriga inchada seja sangue morto de há um ano, não tenho o periodo. Ou então pode dar-se o caso de já estar a entrar na menopausa, o que, tanto no meu caso como no caso da minha amiga que também tem o implante, explicaria muitos dos comportamentos e humores alienigenas que temos tido no últimos meses.

that's all folks.

 
(fotogramas de Easy Rider, de Dennis Hooper, EUA 1969)




19.2.11

it's a phase I'm going through, there is nothing I can do.



Do not listen to my song
Don't remember it, don't sing along
Let's pretend it's a work of art
Let's pretend it's not my heart...

14.2.11

stroke


...caraças, se era pra fazer esta aberração mais valia terem optado pela habitual fórmula do círculo.

dos enquadramentos.

A colocação da câmara e a escolha do enquadramento assume um papel fulcral na questão da apresentação da acção, de seus intervenientes e da sua relação com o espaço. Posteriormente entra a questão da montagem, embora seja uma questão que na minha opinião é pensada logo ao princípio e não como um acto à posteriori feito por um homem numa sala qualquer.
E é engraçado que a maioria dos filmes que nos são apresentados hoje em dia (dentro de um certo circuito, claro) peca tanto pela falta de formalismo que sequências como esta do The King's Speech saltam à vista. Não vou entrar em considerações sobre a validade do que aqui foi feito, mas há claramente uma intenção no enquadramento, na disposição dos elementos, no tipo de plano que é feito e na sequência da montagem.


A sequência começa com um plano médio, onde vemos Albert e Lionel sentados frente a frente, dando início a um diálogo. Lionel é um  terapeuta da fala autoditacta, conhecido pelos seus métodos invulgares e neste ponto surge como uma espécie de última esperança para resolver o problema de gaguez de Albert.
Nesta primeira conversa, num constante tom provocatório , Lionel põe Alberto numa posição desconfortável enquanto tenta perceber o seu passado e o homem em que ele se tornou.



Depois de apresentada a situação, o diálogo é feito com planos alternados de Albert e Lionel. E é interessante notar a opção por situá-los de forma complementar, ou seja, Albert é encostado ao lado esquerdo do enquadramento enquanto que Lionel é apresentado do lado direito. O vazio de um plano é preenchido com a figura do personagem no plano seguinte...

...ou seja é como se houvesse uma tentativa de que o espectador junte os planos de forma a que sejam entendidos como um só, suavizando o corte e apimentado um bocado o campo/contra-campo habitual (montagem minha).

Outra questão explorada é o ritmo da sequência. Há algumas 'pausas', passando outra vez para plano médio.





É engraçado também notar a aproximação do plano ao longo do diálogo, acentuando a tensão e a intimidade, à media que as perguntas de Lionel se vão tornando mais pessoais e impertinentes fazendo com que Albert perca a paciência.


9.2.11

e...



...esqueci-me de mencionar que fui Sábado passado a Arcos de Valdevez(??) de propósito para ouvir ao vivo a música que os Linda Martini compuseram em honra aqui do tasco.

all-time top five favourite bands




I know where temptation lies
Inside of you heart
I know where the evil lies
Inside of your heart
If you're gonna try to make it right
You're surely gonna end up wrong

...e sempre achei muito curioso o facto do início desta musiquinha me fazer lembrar o início da C'mere dos Interpol.

From Hell, with love.


Uma delícia de quinhentas e tal páginas (obrigada pela dica, 'Babe' ;P) e cujas últimas quarenta são nada mais nada menos uma explicação página a página das referências que o shôr Moore usou para construir a estória, incluindo a identificação do que são factos históricos e o que saiu da sua imaginação. 
Gostei especialmente da inclusão de alguns personagens que à data andavam por Londres e que Moore consegue que tenham uma participação activa na coisa como Mr. Merrick e Mr. Wilde. 
De resto, acho que fazendo uma comparação (im)pertinente, prefiro o V. Embora  esteja excepcionalmente bem escrito e coerente, From Hell entra por campos um bocado místicos de mais para o meu gosto, coisa que V, sendo igualmente complexo e interessante, não faz.

Com vista a fazer uma coisa do género do post em que comparei a novela gráfica e o filme  V for Vendetta, vi o filme From Hell ..., e não me custa muito dizer que o filme é uma valente bosta (em termos de argumento e não só) e que adaptou com uma leviandade indescritível o excelente trabalho de Moore e Campbell. Posto isto, nem saberia muito bem por onde começar no caso de fazer uma análise dos dois. Ouvi dizer que Mr. Moore não se metia no processo de adaptação das suas estórias para o cinema. Nota-se.

all-time top five favourite bands



I can't deny what I've become
I'm just emotionally undone
I can't deny, I can't be someone else


when I have tried to find the words
To describe this sense absurd
Try to resist my thoughts
But I can't lie


I've been losing myself
My desire I can't have
No reason am I for


I can't divide or hide from me
I don't know who I'm meant to be
I guess it's just the person that I am


Often I've dreamt that I don't wait
Enjoy the gift of my mistake
Like then again I'm wrong and I confess


I've been losing my self
My desire I can't have
No reason am I for

cidadã Mariana

Quinze euros, uma fotografia duvidosa e várias impressões digitais depois...está feito. Já não vou ter que aturar alfandegários eslovacos e o seu olhar de soslaio enquanto abanam o papelhucho que até agora foi o meu B.I. e me pedem a carta de condução para confirmar a identidade.

all-time top five favourite bands



Is it wrong not to always be glad ?
No, it's not wrong - but I must add
How can someone so young
Sing words so sad ? 

Sheila take a, Sheila take a bow
Boot the grime of this world in the crotch, dear
And don't go home tonight
Come out and find the one that you love and who loves you
The one that you love and who loves you

 

What came first?...the music or the misery?

 
(fotogramas de High Fidelity de Stephen Frears RU/EUA 2000)

5.2.11

Oub'lá



...percebes agora porque é que estava reticente em ir?
Pronto.

E tu disseste 'o que é que isso interessa?'
E eu disse 'nada'.

3.2.11

temptation inside your heart



Não sei como após estes anos de delírios carnais incompreensíveis ainda acredito que não vais ter uma súbita mudança de humor deixando-me sozinha com a minha cama e os meus pensamentos impuros. Devia ser fiel ao que te disse numa dessas trocas de mensagens off-line do messenger (sim...escreveste muita coisa, não te deves lembrar, eu lembro-me, gravei tudo): 'quero que saiba que levo as suas palavras tão a sério como um impulso de um bêbado, sempre levarei.'

1.2.11

Quem me conhece sabe que tenho a mania. E que gosto muito de desdenhar coisas. Mas gosto de falar sempre com conhecimento de causa, ou seja, quando digo que não suporto o Woody Allen é porque já vi grande parte dos filmes dele e cheguei à conclusão que o homem é insuportável. Um dia até tentei fazer uma espécie de 'teoria dos filmes-tipo' do senhor mas fiquei a meio. Claro que o último filme dele, 'You Will Meet a Tall Dark Stranger' é igualmente hediondo. Por isso não falarei dele mas sim dos cartazes :


 ...do melhor que se fez o ano passado, e eu não sou grande fã de silhuetas, acho que facilmente o cartaz cai na pobreza se não for feito com algum cuidado.

E já agora aqui ficam alguns cartazes alternativos do Black Swan, não fiquei especialmente emocionada com nenhum, mas sempre são mais divertidos que a cara da Natália com uma racha no meio.




então é assim...


...o resultado das deambulações fotográficas aqui da sôdona vai tar exposto no IPJ a partir de sexta-feira...com direito a convívio inaugural e tudo, mas não convido ninguém porque quero o vinho só pra mim.

Cartaz da minha autoria, com agradecimento especial ao meu querido modelo Nuno Gold.